Mulher que levou 51 facadas do marido sargento deu calmante para ele e relatou ameaças em última conversa com amiga; VEJA

  • 22/05/2025
(Foto: Reprodução)
Amanda Fernandes Carvalho, de 42 anos, foi morta a tiros e facadas por Samir Carvalho. A filha do casal, de 10 anos, também foi atingida e ficou seis dias internada. Amanda Fernandes Carvalho deu calmante para o marido um dia antes de ser morta por ele em Santos (SP) Redes sociais Amanda Fernandes Carvalho, a empresária que morreu após ser atacada com tiros e facadas pelo companheiro e sargento da PM Samir Carvalho dentro de uma clínica médica em Santos, no litoral de São Paulo, disse para uma amiga deu calmante para o assassino no dia anterior ao crime. O g1 teve acesso, nesta quinta-feira (22), à última troca de mensagens entre as amigas horas antes do assassinato (veja mais adiante). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. O crime aconteceu no dia 7 de maio, dentro de uma clínica localizada na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. Samir atirou na esposa e na filha de 10 anos. Em seguida, esfaqueou Amanda, que morreu no local. A criança foi socorrida e ficou internada por seis dias. Samir Carvalho matou a esposa Amanda Fernandes em Santos, SP Reprodução/Instagram e Daniela Rucio/TV Tribuna Amanda encaminhou a primeira mensagem para a amiga Janaina Beierle Rollo às 7h49 do dia do crime. Ela disse que não aguentava mais o companheiro e questionou onde poderia denunciá-lo. Janaína respondeu quase duas horas depois, quando a vítima confessou que havia dado calmante a Samir. 7h19 - Amanda: Não aguento mais o Samir. Vou denunciar ele. Onde faço isso, amiga? 8h45 - Tenho certeza que ele vai querer me bater hoje, senão tentar me matar. 9h38 - Janaina: Bom dia amiga. 9h38 - Amanda: Estou de saco cheio. 9h38 - Janaina: Acordei com muita dor de estômago. Estava dormindo. Por que? O que ele falou? 9h38 - Amanda: Coloquei metade do calmante ontem para ele tomar. Está zonzo zonzo. Hoje eu vou pôr o resto do vidro... Eu cansei. Falei que ninguém gosta dele porque ele é um cara amargo. Bruto. Os filhos não gostam dele, ele não tem amigos. Falou que não quer você em casa. Não quer que eu vá no centro. Que não vou sair para lado nenhum. Ele quer me isolar do mundo. Mais tarde, Janaina aconselhou a vítima a procurar ajuda com as autoridades e Amanda revelou os planos que teria com a filha, incluindo a consulta médica e uma homenagem ao Dia das Mães. 11h57 – Janaina: Você pode ir na Corregedoria e na Delegacia da Mulher e pedir medida protetiva, mas já sabe que ele vai ficar louco. 11h58 – Amanda: Onde é a Corregedoria? Precisava denunciar anonimamente para ele se f*der. Já pensei em comprar droga, pôr na mochila dele e denunciar para ele ir preso, algo assim. Vou levar minha filha ao médico agora às 14h e às 18h vamos no cinema porque a escola fez o Dia das Mães no cinema. Fechou uma sala só para os alunos e vamos hoje. Em seguida, Janaina demonstrou preocupação com o teor da denúncia de Amanda, dizendo que ela não tinha as ameaças por escrito e a vítima disse que não sabia como iria denunciá-lo. Às 12h10, Janaina se ofereceu para conversar com Samir. As amigas combinam da mulher dizer para o sargento que estava preocupada com Amanda, porque não estava conseguindo contato. Em seguida, Amanda explicou que o marido estava em curso, mas estava respondendo mensagem. Amanda enviou para Janaina um print da conversa dela com Samir em que ele reclamava da programação de Dia das Mães da empresária. 12h17 – Amanda: Ele fica buscando motivos para brigar e não consegue. Você o chamou? 12h53 – Janaina: Sim, me ignorou. Logo depois, Amanda enviou novos prints da conversa com o marido e contou que estava na casa da mãe dela. 13h – Janaina: Mas o calmante não fez ele dormir? 13h – Amanda: Ele está zonzo, falando mole, parece que está bêbado. Tinha que pôr mais. Amanda contou que Samir havia ligado para ela e feito xingamentos e a acusando de traição. 13h10 – Janaina: Tenta fazer ele te ameaçar por mensagem. Vai na delegacia. 13h10 – Amanda: Ele está falando no telefone. 13h10 – Janaina: Grava. A empresária disse que não tinha como gravar e que Samir tinha começado a chorar, dizendo que havia sido traído e não queria mais viver. Por isso, Janaina aconselhou a amiga a pedir separação. 13h25 – Janaina: Vai na delegacia. Faz uma denúncia, fala que ele está te ligando, que vai te matar. 13h26 – Amanda: E o que vai adiantar? Ele vai ser protegido. Durante a conversa, Amanda disse que o marido fez ameaças de morte e reclamou da vida sexual deles. Em seguida, ela contou que iria para uma consulta com a filha de 10 anos. 13h38 – Amanda: Tenho que levar minha filha nesse médico e ele disse que vai junto. Você pode me encontrar lá e fingimos que você estava fazendo algum exame, qualquer coisa. Te mando o dinheiro do Uber e a gente se encontra na calçada. Quase uma hora depois, Janaina disse que já estava a caminho da clínica. 14h24 – Janaina: Já estou no Uber. Ele já chegou? 14h24 – Amanda: Já. 14h25 – Janaina: Como vamos fazer? 14h26 – Amanda: Ele está armado. Não responde mais porque vou sair do banheiro. A vítima pediu ajuda minutos depois. 14h42 – Amanda: Chama a polícia. Ele está me ameaçando aqui na frente da minha filha. 14h42 – Janaina: É para chamar mesmo? 14h43 – Amanda: Liga na Corregedoria. Rápido amiga, por favor 14h46 – Janaina: A polícia está a caminho. Às 14h58, Amanda ligou para a amiga, mas não teve retorno. 14h58 – Amanda: Cadê você? A polícia não chegou e nem você. Minha filha está chorando. 14h58 – Janaina: A polícia está chegando. Chegou. 15h – Amanda: Cadê você, amiga? Pelo amor de Deus. Ele está aqui atrás da gente. A PM, cadê? 15h01 – Janaina: Está aí. 15h01 – Amanda: Jana, não está. A última mensagem de Amanda foi perguntando da localização de Janaina. 15h02 - Amanda: Cadê você, amiga?. Ameaças Ao g1, Janaina havia informado que a mulher sempre reclamava do comportamento agressivo do parceiro, pois sofria violências físicas e psicológicas. Nos últimos dias, porém, esses relatos se intensificaram. "Ele batia na cabeça, ele puxava os cabelos, dava soco na cabeça [...]. Ele batia em locais nela onde, se ela fosse fazer um corpo de delito, não apareceria", afirmou a coordenadora de exportação ao g1. Reconstituição O sargento da PM Samir do Nascimento Rodrigues de Carvalho participa da reconstituição do crime nesta quinta-feira (22). A delegada Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), afirmou ao g1 que a reprodução simulada é de "suma importância" para esclarecer dúvidas existentes no inquérito policial. A reportagem listou algumas das informações que faltam em relação ao crime. Pontos que devem ser esclarecidos na reconstituição: Onde o Samir estava quando a esposa e a filha entraram na sala do médico? Os policiais chegaram antes ou depois dos tiros? Onde estavam os policiais quando Samir deu os tiros e as facadas? Os policiais reagiram ao ver Samir atirando e esfaqueando a vítima? A vítima Amanda teve alguma reação? Ela tentou se defender? Existe a informação de que a filha teria entrado na frente da mãe para salvá-la, foi isso mesmo? Amanda reagiu diante disso? De onde o Samir tirou a faca e a arma? Os policiais tinham revistado ele? Samir Carvalho matou a esposa Amanda Fernandes em Santos, SP Reprodução/Instagram Laudo necroscópico O laudo necroscópico, obtido pela equipe de reportagem, indica que a maioria das facadas atingiu o lado direito do corpo de Amanda, com golpes da coxa até a face. O documento aponta também que os tiros foram disparados à distância. O médico legista responsável pelo documento concluiu que Amanda sofreu "morte violenta, decorrente de anemia aguda por hemorragia interna traumática, em consequência dos ferimentos" causados pelos tiros e facadas. Inativo da PM Segundo apuração do g1 junto à Justiça Militar, a prisão do sargento resultou na chamada agregação militar, status que o coloca como inativo temporariamente. Nessa condição, ele perde o direito ao salário e o tempo de serviço não é contabilizado. Samir está detido no Presídio da Polícia Militar Romão Gomes, na capital paulista. No entanto, ele deve ser transferido para Santos nesta semana para participar da reconstituição do crime, de acordo com a delegada Débora Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que conduz as investigações. Samir Carvalho matou a esposa a tiros dentro de clínica médica em Santos (SP) Redes sociais e Daniela Rucio/TV Tribuna Entenda o caso O sargento da Polícia Militar (PM) Samir Carvalho foi preso em flagrante após matar a esposa Amanda Fernandes, na tarde do dia 7 de maio, dentro de uma clínica médica na Avenida Senador Pinheiro Machado, no bairro Marapé. A filha do casal foi levada à Santa Casa de Santos. Ao g1, o hospital informou que a paciente foi atendida pela equipe multidisciplinar da emergência e recebeu alta no dia 13 de maio. Menina tentou salvar mãe Menina que tentou salvar a mãe de tiros disparados pelo pai sargento recebe alta Em depoimento à polícia, o médico proprietário da clínica disse ter sido surpreendido por Amanda e pela filha. Ele aguardava o horário de chamá-las para uma consulta que estava agendada. O profissional contou às autoridades que Amanda estava muito nervosa e disse que estava sendo ameaçada pelo companheiro. "Meu marido está comigo, está armado, é policial e ele quer me matar, pois estamos nos separando”, teria dito Amanda ao médico. Amanda Fernandes, de 42 anos, foi morta pelo sargento Samir Carvalho, em Santos (SP) Redes sociais O médico contou que trancou o consultório, colocou duas cadeiras atrás da porta e ficou segurando, com medo de que fosse arrombada. Disse ainda que pediu para Amanda chamar a polícia, mas ela respondeu que uma amiga já havia acionado a corporação. Por isso, insistiu por uma nova ligação. O homem relatou que ouviu uma batida na porta e questionou quem era, mas não teve retorno. Momentos depois, ele escutou a voz da secretária pedindo para a porta ser aberta porque a PM havia chegado. Segundo o relato, também foi possível escutar uma voz masculina dizendo: “pode abrir, é a polícia, está tudo sob controle”. Após questionar se os agentes estavam uniformizados, o médico abriu parcialmente a porta e, em seguida, foi para atrás da mesa. Ele disse que viu, no fim do corredor, um policial fardado e depois ouviu uma sequência de mais de dez tiros. Segundo apurado pelo g1, a menor tentou salvar a mãe, que era o alvo dos disparos, pulando na frente dela. O profissional disse para polícia que se abrigou debaixo da mesa para se proteger e acredita que o atirador tenha começado os disparos do lado de fora da sala. Ele só se levantou depois que o agressor foi contido pelas equipes policiais. O homem contou que socorreu a filha de Amanda e, logo depois, viu o corpo da mulher com uma faca “cravada no pescoço e banhada em sangue”. Ele garantiu que nunca havia visto as vítimas antes e não chegou a ver o atirador porque se escondeu ao ouvir o primeiro tiro. Investigação Em nota, a SSP-SP informou que a PM instaurou um Inquérito Policial Militar para “apurar rigorosamente a conduta dos agentes acionados para atender uma ocorrência que evoluiu para feminicídio e tentativa de homicídio em uma clínica de saúde”. Anteriormente, a SSP-SP havia informado que os agentes tinham encontrado a mulher já morta e a filha do casal ferida ao chegarem no local da ocorrência, contrariando à versão obtida pelo g1 com a Polícia Civil de que os policiais estavam na clínica na hora dos disparos. Defesa de Samir Por meio de nota, o advogado Paulo de Jesus, que representa Samir, afirmou que na tarde do dia 8 de maio foi realizada audiência de custódia e a prisão em flagrante do policial foi convertida em preventiva. Samir foi encaminhado ao presídio Romão Gomes. Paulo de Jesus disse que a defesa se manifestará apenas quando as investigações forem concluídas. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2025/05/22/mulher-que-levou-51-facadas-do-marido-sargento-em-clinica-deu-calmante-para-ele-e-relatou-ameacas-em-ultima-conversa-com-amiga-veja.ghtml


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